segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O suplício de um cidadão classe média


Tirei um dia de sábado com minha família, para cumprir a obrigação número 2365 de um cidadão de Classe Média: comprar todo o material escolar para os filhos, incluindo uniforme e livros.
Numa tarde quente do verão Brasiliense, fui a uma livraria juntamente com minha esposa e as
duas filhas pequenas e 3 e 7 anos, já que eramos obrigados à levá-las para que pudessem provar o uniforme.
Todo o martírio levou cerca de 4 hs, isto que minha esposa e as amigas dela ( também classe média) já tinham feito a pesquisa de mercado para verificar qual livraria tinha os preços mais em conta, o que no caso dos livros foi perda de tempo já que os preços são tabelados. Uma maneira técnica de se definir cartel.
O suplício que começou as 9h30 da manhã, só terminou as 13h30, com a fome inquietando a
todos nós, o dinheiro para o salgadinho, picolé e a pipoca já tinha acabado, não tinha mais como ludibriar as minhas filhas, aínda mais que o cheiro do frango na televisão de cachorro de uma lanchonete Morte Lenta estava começando a invadir a livraria, neste ponto a minha fascite plantar já estava latejando, pois não tinha uma mísera cadeira para sentar.
Pois bem, no final vem a conta: R$ 1.270,00 e minha esposa aínda me massacra sem querer,
falando que no colégio Dom Pedro, que é dos Bombeiros, se paga R$ 250,00 e já se sai com todo o material didático e uniforme, não se pagando mais nada o resto do ano, muito menos mensalidade, merenda, etc.
Pois é, são os meus impostos que pagam tudo isto, que pagam os 1800 professores do DF que estão fora das salas de aula, seja em funções burocráticas, seja de licença de um mês por causa de uma mísera conjuntivite ou então por esgotamento - pós-férias - em pleno inicio do ano letivo.
A escola em que minhas filhas irão estudar em 2011, é uma das melhores do DF e tem uma
mensalidade que é pouco mais da metade do custo médio por aluno das escolas públicas do DF, e apesar disto, o IDEB das escolas particulares do DF como um todo é 22% maior que o das escolas públicas.
Ou seja, em resumo, o cidadão de classe média paga:

  • A mensalidade do colégio de seus filhos ( e dos outros);

  • O uniforme e o material dos seus filhos ( e dos outros);

  • O transporte escolar dos seus filhos ( e dos outros);

  • O Lanchinho na escola dos seus filhos ( e dos outros);

  • Os passeios que eles fazem durante o ano ( e dos outros);

Neste caso, nós temos que sustentar os nossos filhos com 20% de nosso rendimento e mais os
filhos dos outros com os 30% de impostos que pagamos, razão pela qual, o indice de natalidade nas classe média vem despencando nos últimos anos, limitando-se quando muito a dois filhos, enquanto nas classes de menor poder aquisitivo, não há nenhuma limitação quanto à natalidade, pois tudo é provido por nós Classe média, inclusive, casas, lotes, bolsa isso, bolsa aquilo, subsídio daqui e de lá, enquanto isso 50% da Classe C - que esta fora deste guarda-chuva assistencial - mora de aluguel, anda com carro basicão financiado em 60 x sem entrada e não tem direito a coisissima nenhuma.

Mas, voltando a livraria, após negociar o desconto e a quantidade de parcelas, veio a pá de cal no resto de paciência que aínda não havia me abandonado: percebi que estava pagando por um livro de FILOSOFIA para minha filha de 7 anos, a qual mal aprendeu a ler e escrever, aquilo foi me dando um arrepio e uma volta ao passado remoto, quando tive que encarar filosofia e sociologia na universidade, e poderia até dizer que toda aquela baboseira entrou por um ouvido e saiu pelo outro, mas, isto nem aconteceu já que prudentemnte bloqueei todos os meus orificios para evitar contaminação ideológica, e olha que era em 1986 e o esquerdismo bocó aínda não estava encalacrado nos cursos de exatas.

Já pensou daqui há alguns anos minha filha chegando em casa com um livro da Marilena Chaui e falando: "e ai cumpanhêro papai?!", pois não posso dizer que esteja livre desta praga, já que vi alguns alunos adolescentos do ensino público do DF carregando ebaixo do braço esta arma letal contra a inteligência deles.

Quando cheguei em caso, fui dar uma olhada nas noticias na internet e então, fui finalmente pregado na cruz com um princípío de úlcera nervosa ao ler estas matérias:


E ai eu não tive outra coisa a fazer a não ser desligar o computador e dar a atenção que
minhas filhas merecem, com o resto de forças que Deus me deu naquele momento,
sabendo que eu tenho uma vida pela frente e terei que ser o melhor pai que puder para elas, mesmo sendo extorquido continuamente.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O traço mais caro do mundo

No jargão jornalística, a TV que não tem audiência praticamente nenhuma se diz que "dá traço", é o que acontece com a Lula News, oficialmente conhecida como TV Brasil.
Neste caso temos o traço mais caro do mundo, mesmo assim, nas comemorações dos três anos da TV Brasil, a diretora Tereza Cruvinel festejou “a conquista a cada dia de mais audiência”. Pura embromação. Em novembro, entre 7 da manhã e meia-noite, de acordo com o Ibope, a TV Brasil registrou 0,4 ponto de audiência no Rio de Janeiro. Há um ano, o índice era o mesmo. Considerando-se o orçamento anual da TV Lula, cada 0,1 ponto de audiência custa cerca de 100 milhões de reais por ano.
Também quem é que vai querer assistir petista entrevistando terrorista, terrorista entrevistanto sindicalista, sindicalista entrevistando mensaleiro, tudo travestido de jornalismo.
Esta é mais um dos lugares de onde o Serra ia tirar os R$ 600 para pagar o salário mínimo.