Logo abaixo, tem um pequeno trecho de uma tese de um Técnico do IPEA que dá uma boa noção da evolução deste custo nos últimos anos, em que quando o nível vai além de ótimo (após 2004) é porque tem dinheiro indo pro ralo. E muito dinheiro. Por isso que o cálculo no artigo do correio é a partir de 2004.
O que acontece é que o Governo para frear a queda do dólar, tem que emitir títulos, pagando 10,75% para enxugar estes dólares e depois investe estes dólares( que compõe a reserva) em títulos do tesouro americano - T-bond, que devem render cerca de 3,7% ao ano e em 2004 estava em torno de 7%.
Em resumo, como a perspectiva da taxa de juros no Brasil é continuar aumentando, já que o Governo não vai reduzir os gastos, este rombo só tende a aumentar também. numa espiral que vai arruinando nossa economia.
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Artigo do CorreioWeb
Brasília – A manutenção das reservas internacionais no período de 2004 a 2010 representou para o Brasil um custo de R$ 68 bilhões, informou hoje (11/11) o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, em audiência no Congresso Nacional.
Segundo ele, o acúmulo de reservas internacionais em cenário de crise traz benefícios ao Brasil de R$ 600 bilhões, ou 17,5% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, por garantir a estabilidade econômica. Sem essas reservas, o país estaria vulnerável e não conseguiria manter o atual nível de crescimento econômico.
De acordo com Meirelles, o valor de R$ 600 bilhões é calculado ao se levar em consideração que as reservas internacionais servem para evitar o agravamento de crises, e, com isso, não há redução da atividade econômica, aumento dos custos de captação pública e privada de recursos no exterior, elevação da taxa de juros e do custo de financiamento da dívida pública e perda na arrecadação de tributos.
Meirelles citou estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) que diz que países emergentes com baixas reservas tiveram custos até 25% do PIB, durante a crise financeira internacional. Nesse mesmo período, as nações emergentes com reservas internacionais elevadas tiveram custo de menos de 5% do PIB.
As reservas internacionais brasileiras estão em US$ 286,608 bilhões, segundo dados do BC, até o dia 9 deste mês.
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EStudo do IPEA
Calculando o estoque ótimo de reservas para o Brasil no período entre janeiro de 1995 e março de 2004 em função do desvio padrão do resultado do balanço de pagamentos, do custo de ajustamento do nível de reservas, do total de importações e do custo de oportunidade das reservas - definido como uma média ponderada da diferença entre o retorno das reservas e os custos das dívidas externa e interna.9
De acordo com seus resultados, as reservas observadas encontravam-se abaixo do nível ótimo antes da desvalorização de janeiro de 1999; entre 1999 e 2004, sucederam-se períodos de "sobreacumulação" e de "subacumulação" de reservas, e, a partir de março de 2004, o País já possuía mais reservas do que o considerado ótimo.
Assim, pela especificação original de BG, desde o final de 2005 já não é mais possível justificar o montante de liquidez internacional mantido pelo Banco Central do Brasil, e o processo recente de forte acumulação de reservas seria equivocado ( o que contradiz o Meirelles).
